08/03/2009

Dia Internacional da Mulher

Nasci menina, sexo frágil. Pequena, indefesa, dependente. Fui crescendo cercada de laços e vestidos cor de rosa, um doce bibelô.
Brinquei de boneca, de professora, mas logo aprendi a sedução do espelho: vaidade.
Ainda criança, fui obrigada a aceitar o primeiro passo para me tornar uma mulher: me tornei "mocinha". Caminho que não tem volta.
Cresci. Me apaixonei por artistas, por rapazes mais velhos. Me vesti em sonhos a espera de um príncipe. Romantismo.

O amor veio um dia. Mergulhei de cabeça. Pensei ter encontrado meu príncipe. Foi nesta época que descobri o grande milagre da minha vida: ser mãe.
Abençoada por duas vezes com esta inexplicável sensação. Aprendi que esta nova forma de amor é tão grande que é impossível medir! Transborda, invade o peito, engrandece a alma.

Ainda me achando frágil e dependente, a dura realidade me acordou: meu príncipe virou um sapo. Então finalmente entendi o quanto limitava minhas forças. Por mim, por meus filhos, cresci, amadureci. Preenchi a lacuna que um homem deixou com energia, coragem, auto-estima.

Me permiti amar novamente, mas o destino não quis que o amor resistisse.
E só, levei comigo mais um milagre. Entrei novamente na luta, a dura batalha de criar um filho. Não perdi não, mulheres são vencedoras por natureza...

Entre perdas, dores e pressões, aquela menina de vestido cor de rosa descobriu que para ser mulher de verdade é preciso despertar também o lado homem. É a mistura entre o cor de rosa e o azul que me fazem ser o que sou hoje: Livre e mais segura. E entre erros e acertos, sou mais feliz e autoconfiante.

Eu me incomodo um pouco se ainda me chamam de sexo frágil, se ainda fazem piadas e repetem bordões inúteis. A sociedade ainda é bastante machista. Mas eu entro no jogo e faço de conta... Tudo bem. No fundo o que vale mesmo é o meu prazer em ter superado. Em ter aprendido e continuar aprendendo. Em ter descoberto a minha capacidade de existir, resistir, superar.

Se me permiti contar tudo isso, foi porque minha história não é exceção. Cada vez mais as mulheres são obrigadas assumir posições de coragem e força para criar seus filhos em parceria com os pais ou sozinhas.
Ser mulher, hoje em dia, não é pra qualquer um! É preciso ser cabra muito macho!
O batom, o salto alto, a máscara doce e feminina só enfeitam a nossa verdadeira capacidade. Somos o resultado da união entre o guerreiro e a deusa. Esfinges indecifráveis. Donas do nosso próprio nariz, ainda temos a sutileza de fazer de conta que somos dominadas, frágeis e dóceis.
Mas, em matéria de responsabilidade, coragem e garra, somos mais homens que muito homem por aí.
É isso!

A todas:

um Feliz Dia Internacional da Mulher!!




Sobre o dia Internacional da Mulher:
http://g1.globo.com


Dia Internacional da Mulher - ONU:
http://www.un.org



Um comentário:

Ani Cires disse...

Vc é uma SUPER MULHER, minha heroína, referência e exemplo de força.

Feliz diz das mulheres!

Bjo